Muito se tem falado sobre a necessidade de modernização do comércio local. Reconhecemos que esse discurso vem sendo repetido com frequência, mas há uma razão clara para isso: ainda não avançamos como deveríamos. E enquanto não houver uma mudança real de postura por parte dos comerciantes, das entidades representativas e da administração pública, seguiremos insistindo — não por comodismo, mas por compromisso com o futuro do nosso comércio.
O varejo vem passando por uma transformação profunda. O consumidor de hoje valoriza o atendimento humano e personalizado, mas também exige agilidade, presença digital, experiência de compra e conveniência. Infelizmente, em Campo Bom ainda enfrentamos deficiências em todas essas frentes: atendimento desatento, resistência à digitalização e pouca presença no ambiente online.
As tendências atuais não esperam: integração entre loja física e digital, uso de plataformas como WhatsApp Business e e-commerce próprio, redes sociais bem geridas e foco total na experiência do cliente. Ignorar isso é correr o risco de perder relevância e espaço para concorrentes de fora.
Ao mesmo tempo, temos uma oportunidade valiosa que precisa ser melhor explorada: Campo Bom tem grande potencial para o turismo de negócios. Recebemos visitantes de toda a região para feiras, reuniões e encontros empresariais. No entanto, é urgente a criação de atrativos complementares, como um espaço multiuso ou centro de eventos, que agregue valor à estadia desses visitantes e contribua para movimentar o comércio, a gastronomia e os serviços locais.
A CDL segue fazendo sua parte: promovendo capacitações, incentivando parcerias e sendo porta-voz das necessidades do setor. Mas é imprescindível que cada comerciante, cada gestor público e cada entidade entenda que estamos diante de um ponto de virada. Ou nos adaptamos às novas exigências do varejo, ou ficaremos para trás.
A hora da ação é agora. E ela precisa ser conjunta.
Dílson Machado Presidente da CDL Campo Bom